A Cirurgia de Alta Frequência (CAF) é um procedimento que utiliza corrente elétrica de alta frequência para tratar e remover lesões presentes no colo do útero, na vagina e em outras áreas do genital feminino.
A CAF é uma técnica minimamente invasiva muito utilizada em procedimentos de diagnósticos e tratamento de lesões pré-cancerígenas e cancerígenas presentes especialmente no colo do útero.
Dessa forma, podemos entender que a Cirurgia de Alta Frequência trata diretamente a área lesada e obtém amostras desse tecido anormal para análise.
Neste guia, cara leitora, vamos mostrar para quem é indicada a CAF, dar orientações sobre quando procurar ajuda médica e sobre os cuidados pré e pós-operatório.
Acompanhe a leitura!
Para quem a Cirurgia de Alta Frequência é indicada?
De modo geral, a Cirurgia de Alta Frequência é indicada para tratar lesões precursoras do câncer de colo do útero (como Neoplasia Intraepitelial Cervical (NIC), detectadas pelo Papanicolau e confirmadas por biópsia.
Além disso, a CAF é feita especialmente nos casos apresentados abaixo:
- Retirada de tecidos suspeitos para realização de biópsia;
- Tratamento de lesões acusadas em exames como a colposcopia (análise do interior da vagina e do colo do útero feita por um aparelho chamado “colposcópio”);
- Tratamento de pólipos e verrugas genitais (condilomas);
- Tratamento de lesões escamosas de alto grau persistentes (após dois anos de acompanhamento).
Antes de passar para o próximo tópico, é importante destacar que, por meio da Cirurgia de Alta Frequência, é possível impedir que uma lesão no colo do útero avance para um câncer.
Por aí, podemos perceber a tamanha importância desse procedimento.
Quando procurar ajuda médica?
Geralmente a paciente deve procurar ajuda médica para avaliar a necessidade de uma Cirurgia de Alta Frequência depois de identificada alguma alteração em exames de rotina, como no preventivo (papanicolau) ou na colposcopia — esta mencionada no tópico anterior.
A seguir, vamos apresentar outras condições que devem levar a paciente a buscar uma avaliação médica.
- Diagnóstico de lesões epiteliais de alto grau no colo do útero;
- Neoplasias (proliferação celular que leva à formação de tumores benignos ou malignos) intraepiteliais cervicais (NIC II ou III);
- Células escamosas atípicas com risco de lesão de alto grau (ASC-H);
- Colposcopia apontando lesões de HPV de alto risco;
- Detecção de HPV em exames repetidos por mais de um ou dois anos;
Vamos “abrir parênteses” aqui para explicar que o HPV (Papilomavírus Humano) é uma IST (Infecção Sexualmente Transmissível) que pode não causar nenhum sintoma, mas, em casos mais graves, é capaz de desencadear câncer do colo do útero, da vagina, da vulva e do ânus.
- Mesmo se não houver formação de tecido anormal, a Cirurgia de Alta Frequência pode ser indicada para prevenção do câncer do colo do útero;
- Presença de verrugas genitais, pólipos ou outras lesões suspeitas no colo do útero, na vulva e na vagina;
- Sangramento depois da relação sexual;
- Secreção vaginal atípica, normalmente com a presença de sangue;
- Exames não conclusivos ou discordantes;
Quando o Papanicolau, a colposcopia e a biópsia não trazem resultados conclusivos ou apresentam contradições, a CAF pode ser utilizada para elaborar um diagnóstico preciso.
- Sangramento vaginal anormal, fora do período menstrual ou após a menopausa.
Quais são os cuidados pré-operatórios?
A paciente que for se submeter à Cirurgia de Alta Frequência deverá passar por uma avaliação clínica e ginecológica completas.
Além disso, a paciente deve atualizar seus exames laboratoriais, como, por exemplo, o hemograma e o coagulograma (que mede os parâmetros da coagulação sanguínea).
A seguir, cara leitora, você confere outros cuidados pré-operatórios que devem ser tomados para a realização da Cirurgia de Alta Frequência.
Consulta com a ginecologista
Quando temos de passar por alguma cirurgia, é óbvio que precisamos conversar com a especialista previamente e passar por uma avaliação clínica completa, não é mesmo?
Com a Cirurgia de Alta Frequência não seria diferente.
Além dessa avaliação, é imprescindível também repetir alguns exames, como colposcopia, Papanicolau, testes de HPV e biópsia.
A partir da avaliação médica e da revisão desses exames é que se consegue confirmar se a CAF é de fato necessária.
Jejum
Caso a Cirurgia de Alta Frequência seja realizada com anestesia local, geralmente a paciente é dispensada do jejum.
Porém, se houver necessidade de sedação ou anestesia geral, recomenda-se que a paciente faça um jejum de 6 a 8 horas.
Exames complementares
Antes de a CAF acontecer, é possível que a(o) ginecologista solicite exames complementares, como:
- Coagulograma, no caso de a paciente apresentar histórico de sangramentos incomuns;
- Hemograma completo para verificação de anemia ou infecções;
- Sorologias, que auxiliam na identificação de vestígios deixados por vírus e bactérias e na verificação da imunidade da paciente.
Pausa nas relações sexuais
É recomendado evitar relações sexuais de 2 a 3 dias antes da CAF, a fim de diminuir os riscos de sangramentos e inflamações.
Duchas vaginais e medicamentos intravaginais também devem ser evitados pelo menos 48 horas antes da cirurgia.
Conversa com o médico sobre doenças prévias e uso de remédios
A paciente precisa informar ao ginecologista sobre gravidez e/ou doenças preexistentes, como alergias, hipertensão, diabetes, dentre outras.
Além disso, a paciente deve ter uma conversa franca com o(a) ginecologista, comunicando-lhe o uso de medicamentos, como anti-inflamatórios e anticoagulantes, por exemplo.
A ginecologista deve informar a paciente sobre possíveis riscos da cirurgia, como acontece o procedimento e os cuidados pós-operatórios.
Por fim, a paciente precisa assinar um termo autorizando a realização da cirurgia.
E os cuidados pós-operatórios?
Assim como a CAF exige cuidados prévios, há de se tomar algumas medidas após a cirurgia, a fim de garantir uma recuperação plena, sem infecções e com uma boa cicatrização.
É vital também a paciente contar com uma boa rede de apoio para dar um suporte físico e emocional durante o pós-operatório.
A seguir, amiga leitora, você confere outros cuidados pós-operatórios a serem tomados na CAF.
Evite absorventes íntimos e banhos por imersão
Após a CAF, a área genital deve ser mantida limpa e seca. E, em vez de O.B., por exemplo, a paciente deve optar por absorventes tradicionais, evitando, assim, infecções.
Durante as primeiras semanas após a Cirurgia de Alta Frequência, a paciente pode tomar banho normalmente. Só é preciso evitar piscina e banheira.
Privar-se de relações sexuais
O ideal é, após a CAF, evitar relações sexuais durante 30 a 45 dias ou segundo orientação específica da ginecologista.
Essa medida é muito importante tanto para que a cicatrização seja bem-sucedida como para proteger o organismo contra infecções.
Não fazer muito esforço físico
Atividades físicas que exigem muito esforço devem ser evitadas pelo menos nos dois dias após a Cirurgia de Alta Frequência.
Isso porque, após a CAF, pode ocorrer um leve sangramento, havendo chance de este ser agravado caso a paciente faça muito esforço físico.
É importante ter atenção redobrada a alguns sintomas, como sangramento intenso como o da menstruação, corrimento com mau cheiro, febre e dor forte.
Caso esses sintomas se manifestem, é preciso procurar ajuda médica prontamente.
Por fim, a paciente deve agendar um horário com a ginecologista que fez a cirurgia para avaliar a cicatrização, o resultado da biópsia (caso tenha sido feita) e programar novos exames.
Depois de ler o conteúdo deste guia, pode surgir a dúvida: “será que eu preciso da Cirurgia de Alta Frequência”? Faça uma consulta comigo para fazermos uma avaliação completa.
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