Você sabia que 3 em cada 10 mulheres sentem dor durante a relação sexual em algum momento da vida?
Dispareunia. Esse é o nome dado à dor sentida durante e/ou após a relação; dor que pode ter várias causas — desde falta de lubrificação até infecções e endometriose, por exemplo.
Por se sentirem constrangidas a abordar o tema, muitas mulheres deixam de procurar ajuda, mantendo uma vida sexual insatisfatória.
Acompanhe a leitura deste guia, amiga leitora, para entender a raiz da dor durante a relação e a importância de procurar ajuda médica para mudar essa condição.
Você sente dor durante a relação? Saiba qual pode ser a causa!
Várias são as causas da dor durante a relação sexual, destacando que elas podem ter origem física ou psicológica.
Falta de lubrificação, infecções fúngicas ou bacterianas, endometriose, pólipos, câncer, alergia ao látex e ao sêmen, infecção urinária, além de traumas psicológicos. Todas essas condições podem causar dor durante a relação.
Falta de lubrificação
O ressecamento na região íntima pode acometer as mulheres em diferentes momentos, como na menopausa e durante a amamentação, por exemplo.
Dentre os efeitos indesejados trazidos por essa falta de lubrificação natural, destacamos aqui a dor durante a relação.
Esse ressecamento acontece quando as glândulas responsáveis pela produção de secreções não apresentam um funcionamento adequado.
A falta de lubrificação aumenta os riscos de infecções vaginais, pois o ressecamento pode causar pequenas aberturas na vagina, facilitando a entrada de bactérias e vírus (como o HPV, por exemplo).
Como opções de tratamento, temos:
- Uso de lubrificantes vaginais antes da relação;
- Laser;
- Ingestão de maior quantidade de água;
- Interrupção de produtos irritantes à parte íntima.
Vaginismo
O vaginismo é outra condição que pode causar dor durante a relação. Trata-se de uma disfunção sexual caracterizada pela contração involuntária dos músculos ao redor da vagina.
Essa contração dificulta ou impossibilita a penetração, mesmo que haja desejo sexual e lubrificação adequada.
O fechamento involuntário dos músculos localizados perto da vagina não só impede a entrada do pênis, mas também gera ardência, pressão e fissuras na região íntima.
Como há muito tabu em torno do tema “vaginismo”, muitas mulheres não comentam nem com amigas, muito menos com profissionais de saúde, sobre esse mal, o que prejudica inclusive estudos relacionados à condição.
Há duas causas principais do vaginismo:
- Bloqueio físico: hímen complacente (variação anatômica que torna o hímen mais elástico, permanecendo intacto mesmo após várias relações); IST; Bartolinite;
- Bloqueio psicológico: ansiedade, traumas sexuais, medo, repressão sexual, educação religiosa ou familiar.
O tratamento do vaginismo abrange o acompanhamento ginecológico e psicológico — neste caso, a terapia sexual.
O foco dessa terapia deve ser na identificação de causas emocionais e físicas que estejam provocando a contração involuntária dos músculos da região íntima.
Vaginose bacteriana
A vaginose bacteriana é uma infecção caracterizada pelo desenvolvimento excessivo de bactérias prejudiciais ao corpo e, ao mesmo tempo, pela redução de bactérias que garantem a proteção da região íntima.
Dos sintomas mais comuns da vaginose bacteriana, destacamos ardência e dor durante a relação; odor forte, geralmente descrito como “cheiro de peixe”, na vagina, além de corrimento.
A dor durante a relação acontece porque a infecção gera uma inflamação e um desequilíbrio na flora vaginal, deixando a mucosa da região mais sensível e tornando o contato sexual doloroso.
Uma particularidade da vaginose bacteriana é que ela pode ser assintomática. Então, para detectá-la, é imprescindível consultar um(a) ginecologista competente.
Para um diagnóstico preciso, confiável e moderno, a microscopia de conteúdo vaginal é uma excelente opção.
Vulvodínia
A vulvodínia também pode ser a causa do desconforto durante a relação. Ela representa uma dor crônica na região íntima que pode durar até três meses.
As causas da vulvodínia não são tão claras, mas há estudos que apontam que ela pode ser consequência da candidíase de repetição e de longos períodos de estresse e ansiedade.
Além disso, mutilação obstétrica, e deficiências hormonais também podem estar associadas à vulvodínia.
As principais consequências da vulvodínia são:
- Dificuldade de desenvolver a relação sexual e dores no ato;
- Ardência persistente na área íntima;
- Desconforto ao sentar-se ou usar roupas justas;
- Ansiedade e medo de manter relações sexuais.
O tratamento para a vulvodínia deve ser bem individualizado e multidisciplinar, envolvendo abordagens da área de ginecologia, fisioterapia e psicologia.
Candidíase
A candidíase também é uma infecção, só que causada pela proliferação do fungo Candida albicans, que naturalmente habita a parte íntima da mulher.
As causas desse crescimento desordenado podem ser várias, como:
- Alterações hormonais que acontecem, por exemplo, durante a gravidez;
- Pacientes com diabetes;
- Imunidade baixa;
- Uso de antibióticos.
A candidíase pode causar dor durante a relação, pois inflama e irrita a mucosa vaginal, deixando a região mais sensível e dolorida (no contato íntimo).
O diagnóstico da candidíase é feito a partir de perguntas que a ginecologista faz à paciente, da coleta de amostras do corrimento e da análise microscópica desse material.
Infecção urinária
A Infecção do Trato Urinário — ITU, ou simplesmente infecção urinária, por causar inflamação na bexiga e na uretra, pode gerar aumento da sensibilidade na região íntima e, consequentemente, dor durante a relação.
Além disso, manter contato íntimo em quadro de infecção urinária pode ser uma porta aberta para a entrada de mais bactérias na uretra e bexiga, comprometendo a recuperação.
Os principais sintomas da infecção urinária são:
- Ardência e dor durante a relação;
- Dor na região pélvica;
- Vontade constante de urinar;
- Sensação de bexiga cheia mesmo depois de urinar;
- Febre e calafrios.
O diagnóstico da infecção urinária é feito com base na anamnese (informações relatadas pelo paciente ao médico), exame de urina e de imagem (ultrassom, por exemplo).
Endometriose
Antes de abordar a ligação entre endometriose e dor durante a relação, vale a pena “abrir parênteses” aqui para fazer uma consideração.
Se você acompanhou a leitura deste guia até agora, cara leitora, é importante saber que qualquer contato sexual deve ter como premissa básica o prazer mútuo e isso vale para o estímulo consigo mesma também, que não deve gerar desconforto.
Levando isso em conta, qualquer incômodo tanto nas estimulações quanto na totalidade da relação sexual deve ser reportado à ginecologista e avaliado por ela.
Com relação à endometriose, ela aparece como um dos principais causadores da dor durante a relação.
A endometriose é basicamente o crescimento de tecidos semelhantes à camada interior do útero (endométrio) fora do útero.
Esse crescimento desordenado desencadeia um processo inflamatório, justamente devido aos tecidos ocuparem um lugar fora do ideal e se desenvolverem ali.
Durante a penetração, esses tecidos podem ser pressionados gerando uma dor intensa, que pode permanecer após o ato sexual.
Os principais sintomas da endometriose são:
- Cólicas intensas no período menstrual;
- Dor durante a penetração (como mencionamos anteriormente);
- Dor pélvica crônica;
- Dor ao urinar e evacuar;
- Náuseas;
- Dificuldade de engravidar.
O diagnóstico da endometriose contempla um combinado de análise clínica e exames específicos, como:
- Histórico dos sintomas relatados pela paciente;
- Exame físico ginecológico para identificar regiões doloridas e nódulos;
- Ultrassom transvaginal para visualizar lesões internas;
- Ressonância magnética;
- Videolaparoscopia.
Por que é importante consultar um especialista?
Vimos, ao longo deste guia, que a dor durante a relação pode ser causada por diversos fatores, como falta de lubrificação, infecções na vagina e endometriose.
Para ter uma vida sexual saudável e satisfatória, é imprescindível avaliar e tratar essas causas (e outras possíveis) por trás dos sintomas.
Sem uma avaliação e um diagnóstico adequados, corre-se o risco de tratar apenas os desconfortos relatados pelas pacientes, deixando de lado a causa real da dor na relação.
Por isso, é fundamental consultar um especialista.
Marque uma consulta comigo e tenha o encaminhamento correto para uma vida sexual com mais qualidade e sem dor durante a relação. Não vale a pena sofrer sozinha por uma condição indesejada que tem solução!
📍 Rua Vilela, 665 – 8º andar - Tatuapé – São Paulo/SP💬 WhatsApp: (11) 91879-2363